O fechamento do atendimento aberto pediátrico nos hospitais estaduais é uma das reclamações que geraram a greve dos servidores da saúde estadual. Desde o início de dezembro, o Hospital Deoclécio Marques não realiza o pronto-atendimento infantil, e no Hospital Santa Catarina esta é a última semana que o serviço funciona. A média de atendimento pediátrico nessa unidade é de 600 por mês. A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) explicou que a mudança é necessária para a regularização hierárquica da rede, com o serviço básico sendo realizado pela rede municipal e o de alta complexidade, pelo Estado.
Júnior SantosParalisação dos servidores estaduais interrompe 23 cirurgias no Hospital Maria Alice, na zona Norte
Durante todo o ano, o setor vem com dificuldade do fechamento da escala e, por isso, só realiza atendimento até a metade do mês. A escala de dezembro vai até hoje, às 16h, quando encerra o serviço. Oficialmente o pronto-atendimento será desativado em janeiro. Com os mesmos problemas, o Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, desativou o atendimento de pronto-socorro infantil ao início deste mês. O Hospital Maria Alice, em Natal, já funciona em regime de porta regulada, desde 2010, atendendo apenas casos de urgência encaminhados.
Renata Silva, subcoordenadora da Coordenadoria de Operacionalização de Hospitais e Unidades de Referência-Cohur, explicou que existe um processo de reorganização da rede de saúde. Hoje, segundo ela, com “um problema cultural”, os hospitais estaduais atendem a demanda de baixa complexidade que deveriam ser da competência da rede municipal. “Temos de otimizar para garantir a eficiência naquilo que somos responsáveis”, declara.
Dessa maneira, o Hospital Santa Catarina será específico para o atendimento Materno-Infantil de Alta Complexidade, abrangendo o setor de obstetrícia e neonatal. Os sete pediatras que realizavam o atendimento serão remanejados dentro do próprio hospital, principalmente para o complemento da escala da UTI neonatal.
Ivoneide Maria, dona de casa, não sabe para onde levará seu filho após o fechamento do Santa Catarina. Ela mora no bairro Parque das Dunas e desde o início da manhã de ontem procurava atendimento o filho Charles Júnior, de nove anos. “Não tem para onde ir. Na UPA de Pajuçara nunca tem médico, o Sandra Celeste fica do outro lado da cidade”, reclama. A orientação para a população é de procurar as
UPAs ou o Sandra Celeste.
QUEM
Renata Silva, subcoordenadora do Cohur
O QUE
Explicou que existe um processo de reorganização da rede de saúde, para que o serviço básico seja feito pelo município, e o de alta complexidade, pelo Estado
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