Andressa Carlos de Alencar Silva não resistiu aos ferimentos
Morreu na tarde deste domingo (22), no Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, em Natal, a jovem de 18 anos baleada dentro de uma lan house na cidade de Macaíba na segunda-feira (16) da semana passada. Segundo a polícia, Andressa Carlos de Alencar Silva foi atingida por cinco disparos de arma de fogo, passou por várias cirurgias mas não resistiu aos ferimentos. Para o delegado Normando Feitosa, o atentado contra Andressa pode ser considerado queima de arquivo, já que ela foi alvejada no dia em que prestaria depoimento na delegacia da cidade sobre a morte do namorado dela, assassinado a tiros, também em Macaíba.
Com a morte de Andressa, segundo a Delegacia de Polícia em Macaíba, 104 pessoas foram assassinadas este ano no município, que pertence à Grande Natal.
Cleyton Osório, de 10 anos, foi a 100ª vítima de homicídio na cidade
Violência em Macaíba
O município de Macaíba, na Grande Natal, chegou ao 100º homicídio em 2013 no último dia 12, quando o menino Cleyton Osório dos Santos Mendes, de 10 anos, foi usado como escudo humano e acabou morto com um tiro nas costas.
A morte de Cleyton chocou o município e despertou revolta no delegado Normando Feitosa. "Por mais que os policiais estejam buscando diminuir a criminalidade na cidade, falta estrutura de trabalho. Se formos esperar pela ajuda do Estado, mais gente vai morrer em Macaíba", declarou.
"Falta efetivo, armamento, munição, carros. Hoje, contamos com apenas dois veículos para fazer o policiamento de uma cidade de quase 80 mil pessoas. Macaíba tem um território muito grande, um dos maiores do estado. Temos uma cota semanal de 60 litros de combustível para cada carro. É muito pouco. Se eu soubesse que iria assumir uma delegacia sem ter condições de trabalho, eu não teria aceitado", disse o delegado em entrevista ao G1.
O delegado acrescentou que o efetivo de agentes que trabalha no município é muito menor do que a demanda. "Precisamos de pelo menos de 25 investigadores. Hoje, nós temos 14 homens divididos entre os setores de investigação, administração e ronda. É muito pouco. O delegado geral quer fazer alguma coisa, o secretário de segurança também quer nos ajudar, mas recursos não é possível fazer nada. O governo do estado não pode cobrar nada da gente porque não dá a mínima condição de trabalho, e hoje dependemos do governo para ter o recurso", comentou Normando.
O delegado, que assumiu a delegacia de Macaíba há dois meses, disse que apesar de pouco pessoal, a equipe já conseguiu identificar grande parte dos envolvidos nos crimes. "Porém, precisamos melhorar com urgência nossa estrutura. Como não temos contrapartida do governo estadual, minha esperança está nos recursos do Brasil Seguro, que vai equipar delegacias de várias cidades. Se formos esperar pela ajuda do Estado, mais gente vai perder a vida em Macaíba", reafirmou.
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