A meteorologia aponta para a ocorrência de pancadas de chuvas durante o fim de agosto e começo de setembro no litoral e parte do Agreste do Rio Grande do Norte, período que, em situações normais de inverno e estiagem, não chove com tanta intensidade na região Nordeste. A informação é do chefe do Setor de Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Gilmar Bristot.
Após dias sem chuvas fortes no Rio Grande do Norte, Natal e Região Metropolitana tiveram precipitação de 16,1mm, entre a noite de ontem e manhá de hoje (29). “Os modelos de previsão para a primeira quinzena de setembro apresenta meio que uma surpresa, pois estão colocando, pelo menos nos primeiros dias, concentração boa de chuva para o litoral, mas não para o interior, que vai continuar seco”, disse Gilmar Bristot.
O
meteorologista disse que até o dia 5 de setembro não existe previsão de
chuva no semiárido, mas há previsão de concentração de chuvas na área
litorâneas e do Agreste, com chuvas entre 10mm e 30mm. Para Bristot, as
previsões são de uma situação atípica.
“O que
está provocando a situação é que o oceano Atlântico nas regiões próximas
ao Nordeste, as águas oceânicas estão com anomalia, mais quente do que o
normal. Estamos praticamente com todo o Atlântico Sul, desde a África,
passando pela região Sudeste, um grau acima da média”, disse.
A
condição climática atual, ainda de acordo com a Emparn, está liberando
umidade trazida pelo vento para o continente, facilitando a formação das
chuvas. Bristot exemplificou, ainda, que no Sul do Brasil teve neve na
ultima semana de agosto, o que “é uma coisa bem fora do normal, causado
pela presença de águas frias no oceano Pacifico nessa época do ano”.
O
meteorologista disse que em virtude da formação de muitas nuvens no
Oceano Atlântico, poderão se repetir chuvas como as que ocorreram na
madrugada e começo da manhã, porque uma frente fria já está chegando ao
sul da Bahia, mesmo que ela esteja se direcionando para o oceano e possa
não trazer muitas consequencias para o resto da região Nordeste. “Mas é
uma coisa nova, que pode condicionar formação de mais alguma chuva no
litoral e no Agreste do Estado”.
Gilmar Bristot
disse que as pancadas de chuvas que possam cair neste começo de
setembro “não vão resolver problemas da falta de água de açudes, mas
irão dar uma sobrevida para a pastagem, principalmente no Agreste, que
está entrando no período mais seco do ano, quando existe dificuldade
para a alimentação do rebanho”.
Tranquilidade
A
Defesa Civil do município informou que não houve ocorrências por causa
das pancadas de chuvas que caíram pela madrugada em Natal. O chefe da
Defesa Civil, Jeoás Nascimento, disse que houve somente o atendimento de
uma denúncia, de uma caixa d'água de escola estadual em reforma no Paço
da Pátria, que foi interditada por causa do risco de desabamento. “Nós
fizemos a interdição até que problema seja resolvido”, disse Jeoás
Nascimento, tendo a Defesa Civil orientado que se desse prioridade, no
caso da reforma, ao conserto da caixa d'àgua que apresenta rachaduras
visíveis na sua estrutura.
“Estamos
aguardando, agora, os serviços necessários para a eliminação dos riscos,
porque como a escola fica próxima à linha férrea, sentimos que o
movimento do trem também fazia tremer a caixa d'água”, afirmou
Nascimento.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
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