sexta-feira, 24 de abril de 2015

Nível de água em 32 reservatórios é o menor desde 2010




O nível dos maiores reservatórios potiguares atingiram, em março, a menor reserva de água desde 2010. De acordo com dados de monitoramento do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), o Rio Grande do Norte conta com apenas 27% da reserva hídrica dos reservatórios que são administrados pela Agência Nacional de Águas (ANA). Os 32 reservatórios federais representam 60% da capacidade total de armazenamento de água do Estado.  Entretanto, a chegada de um novo fenômeno meteorológico denominado “oscilação 30-60 dias” pode favorecer a tomada de água pelos açudes e barragens nos próximos dias, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn).

Um dos reservatórios geridos pela ANA é a Armando Ribeiro que tem, hoje, 30% de sua capacidadeUm dos reservatórios geridos pela ANA é a Armando Ribeiro que tem, hoje, 30% de sua capacidade

O RN possui 61 reservatórios de água – entre açudes, barragens e lagoas. Destes, 32 são administrados pela ANA por captarem rios federais – uma capacidade total 3 bilhões de metros cúbicos de água. É o caso, por exemplo, das barragens Armando Ribeiro Gonçalves e Marechal Dutra (Gargalheiras). Hoje, apenas um reservatório federal – Pataxó, em Ipanguaçu – está com reservas acima de 50% da capacidade. Levantamento feito junto ao Dnocs também aponta que a maior parte destas reservas não teve elevação de níveis durante os últimos quatro meses, como é o caso do açude Itans, em Caicó (veja infográfico).

Sob administração estadual estão apenas dois reservatórios de grande porte: Santa Cruz do Apodi e Umari. De acordo com a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (Semarh), ambos os estão com menos de 40% da capacidade, mas garantem abastecimento até 2019. O Estado estuda ampliar a captação de água nos reservatórios para levar à cidades em colapso ou emergência. Até o momento, somente a barragem de Santa Cruz possui captação de água para uso humano.

Atualmente, 11 municípios estão com o sistema de abastecimento colapsado, dependendo exclusivamente de carros-pipa ou perfuração de poços. De acordo com o secretário estadual de recursos hídricos, José Mairton de França, o Estado protocolou junto ao Ministério da Integração pedidos para a construção de novas adutoras, que ajudarão a distribuir as águas que ainda estão nas barragens.

“Não tem como criar água. As obras de infraestrutura hídrica do Estado estavam paradas. Retomamos Oitica, mas está lenta porque depende de recursos. Temos o subsistema de Pau dos Ferros, pronto, mas sem água. Temos o de Santa Cruz/Mossoró, que encontramos parada, mas estamos fechando um novo plano de trabalho, em R$ 12,5 milhões, que o ministério já sinalizou positivamente para aderir”, afirmou justificou França. Ainda não há prazo para que o Governo Federal faça os repasses.

Outras propostas apresentadas são a construção de uma adutora definitiva entre Santa Cruz do Apodi e Pau dos Ferros, bem como a barragem de Poço de Varas, orçada em R$ 14 milhões, que abasteceria Serra de São Miguel e municípios vizinhos. Há também o projeto para construção de uma adutora ligando Umari à Campo Grande, orçada em R$ 47 milhões. Todos os projetos ainda estão em análise no Ministério da Integração.

De acordo com o Instituto de Gestão de Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), a reserva de Umari e Santa Cruz só foi possível pelas restrições de uso da água adotadas desde 2013. A vazão de ambos os reservatórios foi diminuída para 800 litros/segundo e 700 litros/segundo, respectivamente. “No caso de Santa Cruz, em condições normais, a vazão pode chegar a 5 mil litros/segundo”, explicou Nelson Césio Fernandes, coordenador de gestão operacional do Igarn.
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O nível dos maiores reservatórios potiguares atingiram, em março, a menor reserva de água desde 2010. De acordo com dados de monitoramento do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), o Rio Grande do Norte conta com apenas 27% da reserva hídrica dos reservatórios que são administrados pela Agência Nacional de Águas (ANA). Os 32 reservatórios federais representam 60% da capacidade total de armazenamento de água do Estado.  Entretanto, a chegada de um novo fenômeno meteorológico denominado “oscilação 30-60 dias” pode favorecer a tomada de água pelos açudes e barragens nos próximos dias, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn).

Um dos reservatórios geridos pela ANA é a Armando Ribeiro que tem, hoje, 30% de sua capacidadeUm dos reservatórios geridos pela ANA é a Armando Ribeiro que tem, hoje, 30% de sua capacidade

O RN possui 61 reservatórios de água – entre açudes, barragens e lagoas. Destes, 32 são administrados pela ANA por captarem rios federais – uma capacidade total 3 bilhões de metros cúbicos de água. É o caso, por exemplo, das barragens Armando Ribeiro Gonçalves e Marechal Dutra (Gargalheiras). Hoje, apenas um reservatório federal – Pataxó, em Ipanguaçu – está com reservas acima de 50% da capacidade. Levantamento feito junto ao Dnocs também aponta que a maior parte destas reservas não teve elevação de níveis durante os últimos quatro meses, como é o caso do açude Itans, em Caicó (veja infográfico).

Sob administração estadual estão apenas dois reservatórios de grande porte: Santa Cruz do Apodi e Umari. De acordo com a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (Semarh), ambos os estão com menos de 40% da capacidade, mas garantem abastecimento até 2019. O Estado estuda ampliar a captação de água nos reservatórios para levar à cidades em colapso ou emergência. Até o momento, somente a barragem de Santa Cruz possui captação de água para uso humano.

Atualmente, 11 municípios estão com o sistema de abastecimento colapsado, dependendo exclusivamente de carros-pipa ou perfuração de poços. De acordo com o secretário estadual de recursos hídricos, José Mairton de França, o Estado protocolou junto ao Ministério da Integração pedidos para a construção de novas adutoras, que ajudarão a distribuir as águas que ainda estão nas barragens.

“Não tem como criar água. As obras de infraestrutura hídrica do Estado estavam paradas. Retomamos Oitica, mas está lenta porque depende de recursos. Temos o subsistema de Pau dos Ferros, pronto, mas sem água. Temos o de Santa Cruz/Mossoró, que encontramos parada, mas estamos fechando um novo plano de trabalho, em R$ 12,5 milhões, que o ministério já sinalizou positivamente para aderir”, afirmou justificou França. Ainda não há prazo para que o Governo Federal faça os repasses.

Outras propostas apresentadas são a construção de uma adutora definitiva entre Santa Cruz do Apodi e Pau dos Ferros, bem como a barragem de Poço de Varas, orçada em R$ 14 milhões, que abasteceria Serra de São Miguel e municípios vizinhos. Há também o projeto para construção de uma adutora ligando Umari à Campo Grande, orçada em R$ 47 milhões. Todos os projetos ainda estão em análise no Ministério da Integração.

De acordo com o Instituto de Gestão de Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), a reserva de Umari e Santa Cruz só foi possível pelas restrições de uso da água adotadas desde 2013. A vazão de ambos os reservatórios foi diminuída para 800 litros/segundo e 700 litros/segundo, respectivamente. “No caso de Santa Cruz, em condições normais, a vazão pode chegar a 5 mil litros/segundo”, explicou Nelson Césio Fernandes, coordenador de gestão operacional do Igarn.

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