Uma
semana após o ápice caótico na avenida Senador Salgado Filho, por
ocasião da supressão de faixa na BR-101 no trecho sob o arco do
complexo viário Quarto Centenário, mais um afunilamento na área
acontecerá nestes próximos dias. A rua Morais Navarro, que serve para
desvio da demanda de trânsito da Av. Lima e Silva, terá duas das três
faixas suprimidas, a partir da terça-feira, 11.
Nos últimos meses, a avenida Morais Navarro tem sido a via de escape para quem precisa ter acesso à Prudente e Romualdo
Segundo
Walter Pedro, secretário de trânsito Municipal de Mobilidade (Semob), o
trecho com cerca de 200 metros será utilizado para construção de uma
das passarelas que atenderão ao complexo de mobilidade urbana, obras de
reestruturação que fazem parte do Complexo Viário de Natal. O
equipamento fará ligação, para os pedestres, da Av. Lima e Silva à
marginal da BR-101, em direção ao estádio. O serviço será executado por
60 dias.
Será bloqueada as duas faixas na altura da Av. Lima e
Silva até a rua Padre João Damasceno. A rua Morais Navarro, segundo
estima o secretário, recebe cerca de 20 mil carros e 1000 viagens de
ônibus, diariamente. Apesar da notória quantidade de caminhões
percorrendo a via, não há contabilização do quantitativo.
O
estreitamento na via, que deixará livre apenas uma faixa, demandou uma
alternativa de desvio com mudanças drásticas. Será bloqueado o acesso à
av. Lima e Silva no sentido do bairro de Nova Descoberta à Lagoa Nova.
A
marginal que interligava a av. Salgado Filho à av. Lima e Silva terá o
sentido invertido. O motorista vindo do viaduto poderá seguir em
contra-fluxo na av. Salgado Filho, até a rua Padre João Damasceno onde
retorna à Morais Navarro. A rua João Damasceno se encontra em calçamento
e não há previsão de asfalto para ela.
A faixa única da Morais
Navarro será prioritária para os transportes coletivos, orientados a
seguir pela esquerda em sistema meio exclusivo. Já os caminhões serão
proibidos de transitar na área. Para aviso, serão dispostos cones,
fitas, placas de sinalização e cerca de 45 agentes de mobilidade que já
atuam na área, localizados nos cruzamentos com as avenidas Prudente de
Moares, Romualdo Galvão e Salgado Filho, regulando o fluxo de quase 100
mil carros nessa região ao entorno da Arena das Dunas, vão orientar
motoristas.
A parada de ônibus hoje próxima a passarela da av.
Salgado Filho deverá ser deslocada para a calçada em frente ao prédio do
Departamento de Estradas de Rodagem, uma diferença média de 50 metros
de distância.
Vale ressaltar que o bloqueio de uma das faixas da
BR-101, num trecho com cerca de 100 metros, continuará até o final das
obras, previsto para o final de maio. Atualmente, o consórcio Queiroz
Galvão-Ferreira, responsável pelo serviço, atua na demolição do canteiro
centrar da via federal a fim de abrir uma faixa a mais para trânsito.
Quando pronta, essa faixa será liberada e as outras duas da direita
serão bloqueadas para a construção de um dos viadutos da obra.
Nova interdição no entorno da Arena dará mais lentidão ao fluxo
Na
data de início deste serviço, no dia 24 de fevereiro, a cidade
enfrentou um congestionamento de mais de 50 km. Uma demonstração de
fragilidade da fluidez fluxo de carros diante da intervenções sem
planejamento prévio. Segundo Walter Pedro, secretario da Semob, o
acontecimento foi causado por uma falha de comunicação. A empresa
responsável pela obra comunicou a data de intervenção apenas à Polícia
Rodoviária Federal e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT), impossibilitando o aviso prévio à população.
Para
evitar novas surpresas, ficou acertado uma reunião semanal entre os
três órgãos – PRF, Dnit e Semob - para comunicação das intervenções e
necessidade de demais ajustes. Os encontros acontecem todas as
quarta-feiras à tarde.
“No futuro, teremos mais fôlego”“Uma
supressão viária, qualquer que seja a cidade, causa congestionamento de
trânsito. No entanto, em Natal, especificamente, a característica do
afunilamento de acesso viário na entrada da cidade – início da Avenida
Senador Salgado Filho, região que concentra a maior parte das atuais
obras de mobilidade – provoca o transtorno no tráfego sem solução
viável”. A afirmação de Enilson Medeiros, professor do departamento de
engenharia civil da UFRN, esclarece a rotineira dificuldade enfrentada
pelos motoristas na capital potiguar.
Outro agravante à
situação, ressalta o professor, é a simultaneidade das obras. No caso, o
atraso no início das obras impediram um planejamento estratégico de
interdição. “Os congestionamentos poderiam ter sido minimizados se as
obras estivessem escalonadas. O ideal seria acontecer o serviço em
tempos diferentes. Não há solução de desvio que reintegre a fluidez no
tráfego”, explica. “Vamos ter que suportar um pouco mais disso. No
futuro teremos mais fôlego com a conclusão das obras”.
Segundo
Medeiros, para evitar novas situações como a destes últimos tempo,
somente uma modificação na malha viária da cidade. Ele explica que
atualmente as avenidas e ruas se configuram como um funil, onde se
direcionam à um ponto para depois se distribuírem na cidade. “O ideal é
ter a configuração de uma peneira”, relata, citando como solução a
criação de avenidas transversais por dentro da cidade que dessem acesso
aos bairros.